Óleo do motor: o barato pode custar muito caro!
Óleo do motor: o barato pode custar muito caro!
O problema principal é que os proprietários de veículos tentam economizar até no lubrificante e acabam deixando o carro com mais de 15 mil km sem troca ou substituem o óleo de forma incorreta.
"Se passar do prazo de troca estipulado pela montadora, o óleo fica cada vez mais oxidado e começa a engrossar, com o acúmulo de partículas metálicas provenientes do desgaste interno de anéis, pistões, camisas, bronzinas, etc.", explicou João Maria Alves Ferreira que foi gerente de pós-venda de concessionária Mercedes-Benz.
O que muitos motoristas ainda não sabem é que a troca de óleo não é tão simples quanto se imagina. Ao completar o nível do lubrificante, deve-se considerar a marca, tipo e viscosidade. Ao adicionar óleo com aditivos diferentes do que já está no motor, ele se deteriora imediatamente. Misturar lubrificante sintético com mineral é ainda mais prejudicial para o motor. "Para mudar de marca ou tipo de óleo, é necessário esgotar todo o óleo velho, substituir o filtro e depois colocar o novo lubrificante", completou Ferreira.
"para cada marca de carro recomenda-se um tipo de óleo. O tempo de troca também varia de modelo para modelo. Óleos especiais, como os utilizados pela Mercedes-Benz, geralmente só são encontrados nas concessionárias. Além disso, muitos frentistas costumam adicionar óleo no motor sem haver necessidade, ocorrendo um desperdício do lubrificante, que é expelido pelo escapamento".
Os óleos usados pelas concessionárias precisam ser trocados a cada 15 mil km. Como o motor exige 7 litros de lubrificante, o motorista pode se assustar em ter que gastar um valor mais significativo numa troca de óleo e acaba recorrendo a óleos de menor resistência, que podem ser encontrados em supermercados ou postos de combustível. Se o motorista aceitar trocar o lubrificante a cada 3 mil km rodados, esta atitude não é prejudicial.
"Como se não bastasse a gasolina trazer álcool como aditivo numa proporção crescente nos últimos anos, alguns postos de gasolina estão acrescentando outras substâncias, como água e solventes para baratear o preço do derivado de petróleo - o que tem levado muitos carros guinchados às oficinas".
As substâncias adicionadas à gasolina fazem com que o combustível não queime corretamente e acabe se misturando com o óleo no motor, tirando o poder de lubrificação do produto. Além disso, em carros mais antigos (cujas peças não foram preparadas para resistir ao álcool e outras substâncias adicionadas a gasolina), ocorre a corrosão de componentes do motor.
Já nos modelos atuais, a agressão do álcool é bem menor, pois eles estão sendo fabricados para resistir ao "coquetel oficial".
Porém, o que causa mais danos ao motor é a relação incorreta de ar e combustível. Como o combustível vegetal possui menos energia que a gasolina, o motor a álcool precisa de menos ar e mais combustível para trabalhar. Com uma grande proporção de álcool, o motor a gasolina trabalha pobre, ou seja, sobra ar e falta combustível.
Essa mistura provoca superaquecimento nas partes altas do motor - uma temperatura elevada que dificilmente passa para o óleo ou a água do sistema de refrigeração - fundindo em pouca quilometragem os pistões, anéis e válvulas e estourando o motor.
Em muitos veículos importados - como é o caso dos modelos da Mercedes-Benz - a tecnologia faz o painel avisar que o carro tem que ir para a oficina, antes que se agrave a situação. Já em modelos nacionais, o processo ocorre imperceptivelmente, até que o carro não saia mais do lugar.
Borra de óleo
A SAE Brasil define a borra de óleo como sendo uma espécie de nata preta formada dentro do motor e que pode entupir os dutos por onde circula o lubrificante. No início ela gera perda de rendimento, por causa da maior dificuldade de as peças se movimentarem. Em casos extremos, pode até causar a quebra do propulsor.
Há situações que favorecem seu surgimento, como utilizar o óleo por período maior do que o indicado no manual do veículo ou fora da especificação. Motores de carros que ficam muito tempo sem uso ou rodam sempre em pequenos percursos e não atingem a temperatura ideal de funcionamento estão mais propensos ao problema.
Para preservar o motor:
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Fonte:
https://www.motoronline.com.br/fichatec/oleo.htm